Essas confusões visuais acontecem com pessoas que sofrem dessa condição, que, em resumo, é a perda da capacidade de reconhecer pessoas, objetos ou cores, mesmo enxergando normalmente g1
Camila Fabro demorou dois anos para ser diagnosticada corretamente com agnosia e prosopagnosia adquirida — Foto: Arquivo Pessoal
"Na UTI, eu vi a bota marrom de uma mulher que estava visitando um paciente ao meu lado e enxerguei uma galinha ciscando. Daí eu comecei a pedir para tirar aquele "bicho" dali. Mas o técnico de enfermagem disse para eu me acalmar, que não havia bicho nenhum e que, provavelmente, eu estava tendo uma reação adversa dos medicamentos. Mas a "galinha" apareceu novamente, e eu gritei apontando para ela.
"É até engraçado falar isso, mas eu já vi meus gatos em vários locais, e se a sacola está 'meio que voando', daí eu vejo pássaros e outras coisas, menos o que realmente é", conta, aos risos, pois é com bom humor que decidiu encarar sua condição. Beatriz Baldivia, neuropsicóloga e especialista em reabilitação neuropsicológica, diz que o impacto da prosopagnosia na vida adulta é muito difícil, porque, até então, a pessoa tinha uma vida comum e, do dia para a noite, precisa lidar com mudanças radicais.
Hoje Camila faz tratamento de reabilitação, é colunista de um jornal local e no Instagram publica diversos conteúdos sobre os riscos e possíveis sequelas do AVC. "Eu zoo eternamente de tudo", conclui.A cientista, bióloga e doutora em ciências pelo Instituto de Ciências Médicas da Universidade de São Paulo Ana Bonassa, de 33 anos, tem prosopagnosia congênita, ou seja, nasceu com essa condição.
Na adolescência, ela lembra que tinha pavor de sair na rua e chegava a tremer e a suar frio porque iria encontrar pessoas. "Às vezes, voltando da escola para casa, eu atravessava a calçada vinte vezes se fosse preciso só porque via pessoas no quarteirão à frente e pensava que não queria passar por elas", recorda-se.
Anos depois, Ana leu em uma reportagem sobre a prosopagnosia, e a partir daí veio a suspeita. Em 2016, já com 26 anos, ela procurou um médico, fez os testes e confirmou o diagnóstico. Octavio Marques Pontes Neto, neurologista e professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo , alerta que pessoas têm prosopagnosia e se adaptaram para reconhecer os outros usando outras características físicas da face ou do corpo, como o som da voz ou o formato do nariz podem mascarar o problema, caso ainda não tenham sido diagnosticadas.
A marca registrada desse distúrbio específico é o não reconhecimento de rostos. Estudos reforçam que a prosopagnosia é amplamente subdiagnosticada e apontam que cerca de 3% da população sofre com ele.
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